13.1.16

De coração pra coração



Coração que palpita, desde o ventre de minha mãe não teve folga
Tanto trabalho teve nesses anos
Em meio a sua rotina cotidiana várias vezes sem aviso teve alterado o seu ritmo e seu espaço
Tantas vezes bateu acelerado
Tantas vezes se sentiu acoado dentro de um diafragma apertado
Tantas vezes desacelerou - algumas vezes quando eu tinha brochado pra vida
Tantas vezes saltou, subiu e desceu montanhas russas - as maiores do mundo
Tantas vezes bradou e se sentiu livre para voar
E voou...

Voou, partiu, sorriu, se encatou, apaixonou e apaixonou-se
Foi quando fez de si morada para aquele que tantos antes lhe avisaram ser fatal: o amor
E este fez o que de melhor sabe fazer: preencheu o coração
E não contente o amor também encontrou caminho de se fazer maior
E no entrame das entranhas plantou sua semente
E do amor um novo coração brotou no ventre

E começa assim outro ciclo, e por sorte e por amor
Outro coração que ainda há de sentir, acelerar, desacelerar, saltar, subir e descer
Assim continua a existir morada para o amor, vida após vida, de coração pra coração

Thais para Sean
Coração mãe para coração filho