7.7.13

Porques - procura-se entender

Por que é tão difícil entender-me?
Por que não consegue ver que o que eu preciso é do seu carinho?
Que preciso sentir que faço parte do seu mundo, do seu presente e dos seus sonhos.

Por que não quer ver o quão sozinha estou?
Por que não quer me dar só mais um pouco de amor?
É tanto assim que peço?
É pouco o que te dou?

Não quero atrapalhar sua vida
Se for pra mudar algo, só melhoraria
Mas por que me machuca assim?
Por que se mantém junto e ao mesmo tempo tão distante de mim?
Por que não consegue me ver?
Por que me deixa assim?
Por que algumas vezes esse amor parece descartável?
Por que parece que pra você será tão fácil se eu desistir?
Por que você não tenta me entender ou ao menos me ensinar a ver o amor como você?

6.7.13

pedido



Que as palavras sejam boas comigo

Eu me vejo mais como a filha
Do que a vejo como a mãe

Do ponto de vista pode surgir o choque, o contraste, o impacto
O mundo pode cair e se diluir no espaço, nas lágrimas, na xícara de café

Geralmente sou mais eu quando escrevo do que quando faço
Por isso peço que as palavras sejam boas comigo
Espero poder um dia encontrar a saída pra viver fora de onde faço o ajuntamento dessas letras a minha interpretação delas e nada mais

Seria doce poder dar os passos com tanta leveza como um simples percorrer de olhos ainda que por linhas tortas
Seria bem mais simples

Me ver como a filha é uma postura de não crescer
Não encarar que as escolhas de meus pais afetaram somente meu passado e que posso escolher o futuro
Mas amargura nos prende, nos dilacera

Queria que fosse doce como ler um poema bonito em dia de sol
Como ler um livro acompanhado de cappuccino em dia cinza
Que fosse sofrido como o parto, mas que ao menos libertasse da placenta

Umbigo, quando o vejo assimilo meu ser a outro ser, ligo os pontos e vejo que podemos ser tão iguais e diferentes, eu poderia escolher não ser nada?
A cicatriz do que um dia foi união e supriu minha existência em formação
Eu poderia escolher?

Não quero terminar com lamentos, mas gostaria de não ter lembranças
Mas a única coisa que posso pedir é que palavras, sejam boas comigo
Tem horas que são meu último abrigo

4.7.13

BONDE 365


Café da manhã pra dois.
São de 2 à quatro pães quase toda manhã.
Café e suco na mesa, pão saindo da torradeira
Duas xícaras, uma borrada de batom e outra com vestígios de seus doces lábios
Vestígios de nossas manhã sobre a mesa

Carne ou peixe? Dois filés ou duas postas, simples
Macarrão? Passei a comer mais parafuso que o meu favorito, spaghetti

Pensei nesses tempos em cortinas, toalhas de mesa, roupa de cama
As uniões nos fazem parecer caretas?
É, elas nos fazem pensar em enxovais sem ao menos perceber
Mas sendo careta ou não, não nos damos conta
Porque o que mais importa é o sol entrando pelas frestas da cortina, rolar na roupa de cama e depois tomar mais um saboroso café com você

Existe eu, existe você, existe nós
União faz mais que a força
Faz carinhos, carícias com leveza

Esse bonde me leva à loucura, à paz e à sentimentos que não imaginava existir
Bonde 365, um ano à bordo
Que não se encerrem os trilhos, não quero descer.

Daquela que te beija a nuca todas as manhã possíveis

Thais Siqueira