6.4.11

tentativa de explicar o devaneio

a cada dia que abro os olhos
a cada manhã em que acordo
a cada segundo que se passa e o minuto passa, a hora passa
a cada momento que não volta
a cada dia que tenho a mais é um dia que tenho a menos
a cada vez que amanheço também anoiteço

palavras perdidas de alma aflita
de nada servem, pra nada servem
mas como calar, como não pensar
como manter a razão ou a emoção em um plano terreno
sem viagem, sem devaneios, sem pensar que existe antes, durante e depois

a verdade é que a razão já não existe
tudo é emoção, tudo é devaneio
tudo é perdido quando tudo é encontrado
se perde o motivo
se perde o caminho
se acaba a busca
e assim se frustra

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sem letras maiúsculas ela se sentiu mais livre para escrever como o seu querer

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