28.12.11

Olha aqui


É tanta imensidão que mal cabe no olhar
Tudo que posso ver é que realmente existe mais que isso
Mais do que meus olhos podem alcançar

Olhos
Tão distantes, tão próximos
Tantos curiosos, muitos desatentos
Olhos com pressa, olhos vagarosos
Olhares perdidos, olhares encontrados

Por trás de cada olhar há uma ambição, de paz, de guerra, de amor, de dor
Junto com cada olhar também se vai um tempo, mínimo, demorado, eterno
Após os olhares, conclusões, dúvidas, vontade ou desprezo

Pessoas que olham com pressa geralmente nada enxergam além do que querem ver
Não capturam a essência das coisas
Não vê alma, sentido, motivo
Vê somente o que quer ver

Ainda existem aqueles que acham que conseguem esconder em doces palavras os olhares de malícia, de cobiça, de promiscuidade, libertinagem
Ser tudo isso ou algo disso não é pecado, ter desejo não é errado
Mas ainda assim, pensar que toda e qualquer pessoa quer o mesmo, é querer demais
Ilusão é o discurso de quem fala mas têm olhos desentoados de suas próprias palavras
O olhar diz muito, quando não tudo
Bom é encontrar olhos sem malícia
Olhos que dizem mais que palavras ou que possuem sintonia com as mesmas
Olhos com luz, escuros ou claros
Olhos de luz, sinceros ainda que com mistérios
Olhos que não censuram, mas deixam livres para quem quiser ser, ser, sem mais
Olhos que libertam do medo, receio, segredo
Olhos cumplices da vontade que une os bons, cumplices da vida simples e pura como ela é
Olhos vivos, reais, humanos

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