2.5.12

Dom




A saudade tem o dom de deixar a vida poética
A tristeza que nos causa simplemente se torna melodia
Qualquer canção que tenha nela sentimento parece se encaixar dentro do peito
E tudo que surge diante dos olhos me faz lembrar você

As lembranças saltam à vista
Das ruas saltam as lembranças de quando ali passamos
A rua do nosso primeiro encontro, a ponte de nossas despedidas
Na rodoviária, o momento de sua partida

Na nossa  praia me lembro do seu sorriso gigante quando eu mesma voltei
Me lembro do seu abraço, da sua alegria
De nossos abraços numa manha de segunda-feira, indo nos aventurar de caiaque no mar
E de que o melhor do passeio de caiaque é chegar... hahaha...

Quando fecho os olhos me lembro também
Lembro da sua cama, de seus lençóis, da sua manta e tudo isso com você ao meu lado
Lembro da sua janela e da bananeira de folhas gigantes, natureza gigante
Lembro que ela me fazia sentir anã em terra de gigantes todas as manhãs em que a observava

Quando vejo velas lembro de você, brancas ou coloridas
Me lembram do seu jeito simples mas acolhedor, do seu calor
Elas me lembram o refúgio dos seus braços
E como neles mundo e tempo parecem não existir

Os dias passam e a saudade aqui fica
Ocupando meu coração, junto com a paixão
Tecendo poesia com as lembranças que ficaram de você
Escrevendo um romance com encontros, partidas e saudade

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